As espécies florestais, em sua maioria, são propagadas sexuadamente, por isso a qualidade sanitária das sementes florestais assume grande importância em sua viabilidade e desenvolvimento inicial. A presença de patógenos em sementes, tanto interna quanto externamente, pode reduzir o poder germinativo das mesmas, devido às perdas por deterioração, anormalidades, tombamento (damping-off) e lesões em plântulas, causando a morte das mudas ou transmitindo doenças às árvores.
Os patógenos associados às sementes de espécies nativas merecem atenção, pois alguns destes microrganismos podem reduzir à qualidade e à produção de mudas. Cerca 90 % das doenças que ocorrem em viveiros florestais são causadas por patógenos associados às sementes dentre estes, os fungos são os agentes causais mais importantes, os quais são disseminados por meio das sementes, e permanecem viáveis por longos períodos (RESENDE et al., 2008).
Os maiores problemas ligados a doenças ocorrem durante a germinação e a formação de mudas em viveiros. Os principais gêneros de fungos que afetam as espécies florestais são: Alternaria, Aspergillus, Cladosporium, Curvularia, Fusarium, Penicillium e Rhizopus.
A avaliação da sanidade e identificação destes microrganismos é fundamental para o controle, para isso as instruções para a realização de testes de qualidade das sementes são apresentadas nas Regras para Análise de Sementes (RAS), principalmente para as espécies agrícolas, entretanto, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou um documento, Instruções para Análise de Sementes de Espécies Florestais (BRASIL, 2013), complementando a RAS com instruções para 319 espécies florestais nativas e exóticas, além da chave de identificação dos gêneros de fungos.
Dessa forma, para reduzir ou mesmo eliminar os microrganismos que causam danos, é necessário realizar o tratamento das sementes. O tratamento químico é uma das medidas de controle mais eficiente, pois visa à redução de doenças futuras, contudo, não há registro de fungicidas recomendados para o tratamento das sementes de espécies florestais. A desinfestação superficial utilizando álcool 70 %, hipoclorito de sódio 2,5 % (por um minuto) e água destilada esterilizada apresenta grande eficiência na redução de microrganismos em sementes de espécies florestais nativas da Caatinga.
Confira alguns dos fungos identificados nas análises sanitárias das sementes avaliadas dentro do Projeto Caatinga:
Referências
- BRASIL – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instruções para análise de sementes de espécies florestais. Brasília: MAPA, 2013. p. 97.
- RESENDE, M. L. V.; PÁDUA, M. A.; TOYOTA, M. Manejo de doenças associadas a viveiros florestais. In: DAVIDE, A. C; SILVA, E. A. A. (Eds). Produção de sementes e mudas de espécies florestais. Lavras: UFLA, 2008. v. 1, p. 80-89.