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Projeto Caatinga

Descrição sumária

Espécie de porte arbustivo-arbóreo, secundária tardia, muito característica da caatinga e facilmente reconhecida pelos folículos lenticelados. Possui caule ereto com casca lisa, folhas simples e pode atingir cerca de 8 metros de altura. Bastante utilizada para reflorestamento a fim de recuperar solos degradados (MAIA, 2012; MARANGON et al, 2010).

Foto de Natália Isabel Lopes Quirino / Indivíduo adulto de Pereiro

Nomenclatura científica

Do gênero Aspidosperma, a espécie Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. pertence à família Apocynaceae Juss. que, de acordo com o sistema taxonômico, pertence a Classe Equisetopsida C. Agardh, subclasse Magnoliidae Novák ex Takht., superordem Asteranae Takht., ordem Gentianales Juss. ex Bercht. & J. Presl, sinonímia botânica Macaglia pyrifolia (Mart. & Zucc.) Kuntze, Aspidosperma bicolor Mart., Aspidosperma refractum Mart. (TROPICOS, 2020).

Nomes comuns

Na região nordestina a árvore é conhecida como pereiro, pereiro-branco, pereiro-preto, pau-pereiro, pereiro-de-saia; Centro oeste: peroba-rosa, trevo; Sudeste: pereiro-vermelho, peroba-paulista (MARCONDES-FERREIRA, 1988). Segundo Maia (2012), o nome popular foi atribuído devido a semelhança da folhagem do pereiro com a do pé-de-pêra, do gênero Pyrus (pyrifolium = folha de Pyrus).

Importância cultural/econômica

A árvore se destaca por ocasião da sua floração branca e, por isto, empregada no paisagismo e na arborização urbana. Possui madeira pesada (densidade 0,79 g/cm³) e de qualidade, resistente ao ataque de fungos, cupins e outros fatores externos que geram deterioração que, além de proporcionar lenha e carvão de boa qualidade, vem sendo muito utilizada na construção civil, marcenaria e carpintaria. As cascas e flores da espécie são dotadas de propriedades adstringentes, utilizadas na medicina popular na cicatrização de cortes e feridas. As folhas verdes são consumidas por caprinos (SANTOS, 2010; MAIA, 2012).

Importância ecológica

Pode ser usada para enriquecimento e recuperação de áreas degradadas e em sistemas agroflorestais como quebra vento e faixas arbóreas (MAIA, 2012). De acordo com Maia-Silva et al (2012), a espécie também possui potencial para ser utilizada em locais de criação de abelhas.

Fenologia

A espécie desfolha durante a estação seca, ocorrendo rebrota no início das primeiras chuvas (MAIA, 2012). Floresce entre os meses de outubro a novembro e frutifica entre agosto e setembro (LORENZI, 1998; MARANGON et al, 2010).

Distribuição geográfica

Espécie nativa, porém, não é endêmica do Brasil. Ocorre também na Bolívia e Paraguai (TROPICOS, 2020). Segundo Castello (2020), Aspidosperma sp. ocorre no Brasil nas regiões Norte (Tocantins), Sudeste (Minas Gerais) e em todos os estados do Centro oeste e Nordeste.

Referências

CASTELLO, A.C.D.; PEREIRA, A.S.S.; SIMÕES, A.O.; KOCH, I. Aspidosperma in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15551>. Acesso em 14 jun. 2020.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. ed.  Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 1998. 21 p.

MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. 2. ed. Fortaleza, CE: Printcolor Gráfica e Editora, 2012, 413 p.

MAIA-SILVA, C.; SILVA, C.I. da; HRNCIR, M.; QUEIROZ, R.T. de; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Guia de plantas visitadas por abelhas na caatinga. Fortaleza: Fundação Brasil Cidadão, 2012. 27 p.

MARANGON, G. P., CRUZ, A. F., BARBOSA, W. B., LOUREIRO, G. H., & HOLANDA, A. C. Dispersão de sementes de uma comunidade arbórea em um remanescente de Mata Atlântica, município de Bonito, PE. Revista Verde5(5), 2010, 80-87 p.

MARCONDES-FERREIRA, W.  Aspidosperma Mart., nom. cons. (Apocynaceae): estudos taxonômicos. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 1988.

SANTOS, P. B. D. (2010). Contribuição ao estudo químico, bromatológico e atividade biológica de angico Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. Var. cebil (Gris.) Alts e Pereiro Aspidosperma pyrifolium Mart.

TROPICOS. Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. Disponível em < http://legacy.tropicos.org/Name/1800149 >. Acesso em 14 jun. 2020.

13 de agosto de 2020. Visualizações: 9170. Última modificação: 01/10/2021 12:06:49