Descrição sumária
Conhecida como Pau-branco-louro, Cordia glazioviana (Cordiaceae) é uma espécie típica do sertão nordestino do Brasil e facilmente reconhecida no período reprodutivo pelas flores brancas. Espécie de porte arbóreo, secundária, caule ereto com casca lisa e folhas simples (LORENZI, 1998; MAIA, 2012; CORADIN et al, 2018; STAPF, 2020). Apesar de possuir um leque de potencialidades, como na confecção de produtos de madeira e para fins paisagísticos, informações científicas sobre as características botânicas e propagação da espécie ainda são escassas.
Foto de Erick Daniel Gomes da Silva / Copa de indivíduo de Pau branco em crescimento isolado.
Nomenclatura científica
Do gênero Cordia, a espécie Cordia glazioviana (Taub.) Gottschling & JS Mill. pertence à família Cordiaceae R. Br. ex Dumort. que, de acordo com as características filogenéticas, está ligada a Classe Equisetopsida C. Agardh, subclasse Magnoliidae Novák ex Takht., superordem Asteranae Takht., ordem Lamiales Bromhead. Ex Bercht. & J. Presl. Como sinônimo possui o nome Auxemma glazioviana Taub., sendo este também seu basiônimo (TROPICOS, 2020).
Nomes comuns
Pau-branco-louro, pau-de-velha, folha-larga, guiada, angelim, caraiba (LORENZI, 1998; MAIA, 2012; STAPF, 2020).
Importância cultural/econômica
Pode ser empregada no paisagismo e na arborização urbana devido à floração branca e frutificação abundante. Possui madeira de qualidade (densidade 0,84 g/cm³) que proporciona lenha e carvão de ótimo padrão. Vem sendo muito utilizada na construção civil, marcenaria e carpintaria. Na construção rural, a madeira é usada na fabricação de carrocerias. Bastante apreciada na medicina popular, as folhas possuem potencial forrageiro (LORENZI, 1998; MAIA, 2012; CORADIN et al, 2018).
Importância ecológica
Pode ser usada para enriquecimento de capoeiras e restauração florestal e em sistemas agroflorestais como quebra vento e faixas arbóreas (MAIA, 2012). De acordo Coradin et al (2018), a espécie é muito visitada por abelhas.
Fenologia
O Projeto Caatinga acompanhou 10 indivíduos de Pau branco na Fazenda Experimental Rafael Fernandes, localizada na comunidade Alagoinha, zona rural do município de Mossoró, RN. Conforme o surgimento do período mais seco e quente do ano observou-se os indivíduos completamente desfolhados até final do mês de agosto, seguido da estabilidade da fase acima de 95% até meados de dezembro. A emissão de flores concentrou-se no mês de maio, atingindo picos de produção no mês de junho, seguido da frutificação a partir de julho. Resultados semelhantes foram descritos por Lorenzi (1998), Maia (2012) e Melo et al (2018).
Acompanhamento fenológico de 10 indivíduos de Pau branco na Fazenda Rafael Fernandez, Mossoró, RN.
Foto de Natália Isabel Lopes Quirino / Copa florida de indivíduo de Pau branco.
Distribuição geográfica
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil. Há ocorrências confirmadas na região Nordeste (Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, Pernambuco) e Sudeste (Minas Gerais) do Brasil (MAIA, 2012; STAPF, 2020).
Referencias
CARVALHO, P. E. R. Pau branco-do-Sertão (Auxemma oncocalyx). Colombo, PR: Circular técnica, 2008, v. 153.
CORADIN, L.; CAMILLO, J.; PAREYN, F.G.C. Espécies nativas da flora brasileiras de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. Ed. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 1998, 52 p.
MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. 2. ed. Fortaleza, CE: Printcolor Gráfica e Editora, 2012, 301-305 p.
MELO, J. I. M.; PAULINO, R. C.; OLIVEIRA, R. C.; VIEIRA, D. D. Flora of Rio Grande do Norte, Brazil: Boraginales. Phytotaxa, v. 357, n. 4, 2018. 235-260 p.
STAPF, M. N. S. Cordia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB27575. Acesso em 31 dez. 2020.
TROPICOS. Auxemma glazioviana Taub. Disponível em <https://www.tropicos.org/name/4000227>. Acesso em 31 dez. 2020.