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Projeto Caatinga

Descrição sumária

Árvore perenifólia, comum às margens de pequenos cursos d’água, riachos e rios. Possui um leque de potencialidades, como na confecção de produtos de madeira, alimentação animal e humana, uso medicinal, recuperação ambiental e fins paisagísticos. Nativa, porém, não endêmica do Brasil, apresenta ampla dispersão pela América tropical (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2007; COLLI-SILVA, 2020).

Foto de Natália Isabel Lopes Quirino / Indivíduo de mutamba

Nomenclatura científica

Do gênero Guazuma, a espécie Guazuma ulmifolia Lam. pertence à família Malvaceae Juss. e segue a seguinte hierarquia taxonômica: Classe Equisetopsida C. Agardh, subclasse Magnoliidae Novák ex Takht., superordem Rosanae Takht., ordem Malvales Juss.,  sinonímia botânica Bubroma ulmifolia (Lam.) Oken, Guazuma guazuma var. ulmifolia (Lam.) Kuntze, Guazuma tomentosa Kunth (TROPICOS, 2020).

Nomes comuns

Nos estados do Nordeste é conhecida como: Mutamba (RN, AL, CE, PB), Guaxina-macho (AL), Periquiteira (BA), Pau-de-motamba (PB), Umbigo-de-caçador (SE) e Umbigo-de-vaqueiro (SE). Nos demais estados: Mutamba-preta, Araticum-bravo, Cabeça-de-negro, Coração-de-negro, Chico-magro, Mutambo, Camacã, Embereira, Mutamba-verdadeira, Amoreira, Maria-preta, Marolinho. Em alguns países do exterior a árvore é conhecida como cambá, coquito, caulote, jacocalalu, majagua de toro, guázimo, pixoy (COLLI-SILVA, 2020; CARVALHO, 2007; TROPICOS, 2020).

Importância cultural/econômica

A madeira apresenta baixa resistência ao ataque de cupins e pouca durabilidade. No entanto, quando protegida da chuva e da umidade torna-se durável. Fornece excelente carvão que pode ser transformado em pólvora de ótima qualidade e é empregada também na fabricação de tonéis, coronhas de armas, construções internas, caixotarias, postes e pasta celulósica.  A casca além de possuir ação adstringente, e ser comumente utilizada na medicina caseira, oferece material para a fabricação de cordas e tecidos. Todas as partes da planta (folhas, raízes, frutos, casca) possuem efeito medicinal, com base na tradição popular, contra disenteria e diarreia, tratamento de asma, febre, queda de cabelo, alivio de dores gastrintestinais etc. A copa da árvore proporciona bom sombreamento sendo, portanto, uma excelente opção para arborização de ruas, parques e avenidas (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2007; GUÁZUMA, 2001).

Importância ecológica

A espécie apresenta potencial apícola com flores produtoras de quantidade de néctar ideal para originar mel de alta qualidade. Os frutos e folhas da mutamba são apreciados por macacos e outros animais e, por isso, a espécie pode ser empregada na arborização de pastos e em sistemas agroflorestais, servindo tanto para alimentação de animais como para composição de quebra-ventos. Segundo Centro (1986), a forragem da mutamba apresenta bons índices de proteína bruta, possibilitando boa digestibilidade. É recomendada, também, para recuperação de áreas degradadas e recomposição de áreas de preservação permanente (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2007; RAMOS et al., 1991).

Fenologia

A floração ocorre de setembro a novembro. O ponto de maturação dos frutos ocorre entre agosto e setembro. Embora fiquem maduros, os frutos permanecem na árvore por mais tempo (LORENZI, 1992).

Distribuição geográfica

Há registro da espécie em todos os estados do Brasil (COLLI-SILVA, 2020). Ocorre também na Argentina, Belize, Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana Francesa, Honduras e México (TROPICOS, 2020).

Referências

CARVALHO, P. E. R. Mutamba – Guazuma ulmifolia. Circular Técnica, 141, Embrapa Florestas, 2007, 1-13 p.

CENTRO AGRONÔMICO TROPICAL DE INVESTIGACIÓN Y ENSEÑANZA. Departamento de Recursos Naturales Renovables. Silvicultura de especies promisorias para producción de leña em America Central: resultados de cinco años de investigación. Turrialba, 1986, 171-175 p.

COLLI-SILVA, M. Guazuma in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB9065>. Acesso em: 11 ago. 2020.

GUÁZUMA. Plantas Medicinales, México, Edição especial do Guía México Desconocido, 2001, 20 p.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 1. ed.  Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 1992. 327 p.

RAMOS, R.P.; ARAÚJO, M.G.; BRANDÃO, M.; CARVALHO, P.G.S.; FONSECA, M.B. CÂMARA, E.M.V.C.; LESSA, L.G.; MELLO, H.E.S. de.; CÂMARA, B.G.O. Inter-relações solo, flora e fauna da Bacia do Rio Pardo Grande, MG. Daphne, Belo Horizonte, v.1, n.3, 13-16 p., 1991.

TROPICOS. Guazuma ulmifolia Lam. Disponível em < https://www.tropicos.org/name/30400486 >. Acesso em: 11 ago. 2020.

17 de agosto de 2020. Visualizações: 3929. Última modificação: 01/10/2021 11:56:39