Descrição sumária
A Carnaúba, palmeira que atinge 10 a 15m de altura e 15 a 25cm de diâmetro, é uma planta de estipe reto e cilíndrico, que permanece com as bainhas presas ao caule, ficando assim com um aspecto espinhoso quando jovem e mais liso quando mais velhas (SAMPAIO, 2005). As folhas, descritas como uma expansão laminar paleacea, fibrosa, dispostas em capitel, de tonalidade verde levemente glaucos, são matéria-prima básica para produção de cera, uma vez que são externamente revestidas por cobertura cerifera. O pecíolo e a bainha medem cerca de 1,0 a 1,1 metros (SAMPAIO, 2005; ARAGÃO FILHO, 2013). As flores são pequenas e de cor creme, suas inflorescências se desenvolvem na axila das folhas médias do capitel. Os frutos, dispostos em cachos com centenas de unidades ovóides a globosas, brilhantes, esverdeadas quando jovens e roxas quando maduras, são muito nutritivos (SAMPAIO, 2005; ARAGÃO FILHO, 2013).
Nomenclatura científica
Do gênero Copernicia Mart. Ex Endl, a espécie Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore pertence à
família Arecaceae Bercht. & J. Presl, classe Equisetopsida C. Agardh, subclasse Magnoliidae Novák ex Takht., superordem Lilianae Takht,., ordem Arecales Bromhead, sinonímia botânica Arrudaria cerifera (Arruda) Macedo, Copernicia cerifera (Arruda) Mart, Corypha cerifera Arruda e Palma prunifera Mill. (TROPICOS, 2021).
Nomes comuns
A espécie é popularmente conhecida como Carnaúba, carnaíba, carnaíva, carnaúva, carandaúba, carnaba, carnahyba (SAMPAIO, 2005).
Importância cultural/econômica
Seus frutos são abundantes e comestíveis, podendo ser usados como ração animal quando verde, além de serem muito nutritivos. Também pode ser extraído óleos vegetais do fruto seco, ou podem ser torrados e moídos, produzindo uma bebida como o café (SBTR, 2013). A estipe é resistente ao cupim e a água, apresenta resistência e durabilidade e, por isso, é usada para vigamento de casas e marcenaria, como material para construção de edificações, como currais e estrutura e também como postes em áreas remotas (SAMPAIO, 2005; ARAGÃO FILHO, 2013). Porém, a mais conhecida utilidade da Carnaúba é a produção de cera, extraída das folhas e amplamente utilizada em vários setores Quando secas, as folhas podem ser utilizadas na confecção de artesanato, como esteiras, chapéus e outros artefatos (SAMPAIO, 2005).
Importância ecológica
Nativa do semiárido brasileiro, a Carnaúba é uma palmeira frequentemente utilizada na arborização em áreas litorâneas. Encontrada com predominância nas planícies aluviais dos principais rios do nordeste, essa espécie possui funções importantes para o equilíbrio ecológico da região, como a conservação da fauna, solos, cursos d’água e mananciais hídricos, além de possuir ótima resistência às adversidades do bioma Caatinga (ROZENTAL, 2014).
Fenologia
Floração de julho a outubro e frutificação de novembro a março. (SAMPAIO, 2005; ARAGÃO FILHO, 2013). Ximenes et al., (2019), em área urbana, registrou floração durante os meses de outubro e novembro e frutificação intensa entre novembro de 2011 e março de 2012. Porém, os autores relatam que houve a presença de frutos imaturos ao longo de todo o estudo, indicando uma alta taxa de polinização das flores.
Distribuição geográfica
A espécie ocorre principalmente no Nordeste, nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, também já foi registrada em Tocantins, na região Norte e no estado de Mato Grosso, na região Centro Oeste do país (Rocha, 2011).
Referências
ARAGÃO FILHO, José Expedito Lustosa de; ARAGÃO, Nícolas Sant’ Anna. Cadeia produtiva da carnaúba. Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BA, 2013.
ROZENTAL, Isabela. CARACTERIZAÇÃO DA CARNAÚBA. Rio de Janeiro, 2014. 2 p.
SAMPAIO, Everardo V.S.B; FRANS, Germain Corneel Pareyn; FIGUEIRÔA, Joselma Maria de; JUNIOR, Alcioli G. Santos. Espécies da flora nordestina de importância econômica potencial. Recife: Associação Plantas do Nordeste, 2005. 331p.
Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Acesso em: 25 Sep 2021. Disponível em: https://tropicos.org.
XIMENES, Eduarda et al. Comportamento fenológico de Copernicia prunifera (Miller) HE Moore em área urbana de Parnamirim, Rio Grande do Norte. Acta Biológica Catarinense, v. 6, n. 4, p. 15-26, 2019.