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Projeto Caatinga

Porte, forma da copa, cor e hábito de crescimento

Na caatinga, a espécie alcança frequentemente 6 a 8 m de altura, podendo atingir  pode atingir de 10 a 12 m em condições muito favoráveis  (MAIA, 2012) e 10 a 20 m na mata pluvial e caducifólia (LORENZI, 2008).

A espécie pode ser facilmente reconhecida pela sua casca característica, sem espinhos e evidente cheiro de cumarina, e pelo fruto. (MAIA, 2012).]

Indivíduo de Cumaru frutificando em período de seca

Características vegetativas

  • Caule, casca e madeira

Lima (2012) descreve a árvore com tronco 20-30 cm de diâmetro, casca lisa, de cor variável, castanha a vermelho-pardacenta, que se desprende em lâminas finas e grandes; ramos jovens castanhos, glabros ou curtamente pubérulos, castanho-escuros, com lenticelas brancas (Figura 01).

A madeira apresenta densidade 0,60 g/cm³ (moderadamente pesada), cor bege a castanho-claro, com cheiro de cumarina que se conserva moderadamente quando exposta a intempéries, macia e grã direita a irreguar (LORENZI, 2008; MAIA, 2012).

Figura 01. Ritidoma do  Cumaru.

  • Folhas

Quanto às folhas (Figura 02), são compostas de disposição alterna-dística nos ramos (LIMA, 2012) apresentando de  7 a 11 folíolos de 2,5-5 x 1-2,5 cm (MAIA, 2012), papiráceos, elípticos a ovalados, de base arredondada a truncada, ápice obtuso a ligeiramente agudo e margem inteira, glabros na face superior, com pelos esparsos na face inferior (LIMA, 2012).

Figura 02. Folhas do Cumaru.

  • Flor e inflorescência

A espécie possui flores de tons róseos (Figura 03), serícea e amarronzada na face externa; carpelo de 12 mm de comprimento, cálice sinsépalo, pentâmero, campanulado, truncado; corola reduzida a uma pétala suborbicular; 10 estames de diferentes tamanhos e ovário sobre estípite longo (LIMA, 2012). As flores se reúnem em racimos de muitas flores, axilares ou nas pontas dos ramos, cobrindo inteiramente os galhos sem folhas na época de floração (MAIA, 2012).

Figura 03. Inflorescências do Cumarú.

  • Fruto

O fruto (Figura 04), segundo Rizzini (1978), é legume lembrando um bico de pato aberto, preto e estriado por fora, amarelo e liso por dentro, delgado, duro, medindo 7-9 x 2 cm; as valvas curvam-se para fora ao se abrirem; núcleo seminífero volumoso e abaulado, basal.

Figura 04. Fruto e semente do Cumaru.

  • Sementes

As sementes (Figura 04) são achatadas de 1-2 cm, ricas em cumarina e cheiro agradável de baunilha, localizadas no terço apical do fruto, com ala membranácea basal de 5 cm de comprimento – o que permite sua dispersão pelo vento (MAIA, 2012) – e de cor amarelo-pálida (LIMA, 2012; MAIA, 2012), tegumento de textura lenhosa com coloração marmoreada, rugosa e opaca na testa (CUNHA & FERREIRA, 2003) e que não sofrem ataques de insetos (MAIA, 2012).

Referências

  1. CUNHA, M. C. L.; FERREIRA, R. A. Aspectos Morfológicos da Semente e do Desenvolvimento da Planta Jovem de Amburana cearensis (Arr. Cam.) A. C. Smith – Cumaru – Leguminosae Papilionoideae. Revista Brasileira de Sementes, vol. 25, n°2, p.89-96, 2003.

  2. LIMA, B. G. Caatinga: espécies lenhosas e herbáceas. 1. ed. Mossoró, RN: EdUfersa, 2011. 316 p.

  3. LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. 5. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Vol. 1. 384 p.

  4. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Vol. 2. 576 p.

  5. MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. 2. ed. Fortaleza, CE: Printcolor Gráfica e Editora, 2012. 413 p.

  6. RIZZINI, C. T. Árvores e Madeiras Úteis do Brasil: Manual de Dendrologia Brasileira. 2. ed. São Paulo, SP: Blucher, 1978. 304 p.

 

20 de setembro de 2018. Visualizações: 8440. Última modificação: 17/03/2020 11:02:03