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Projeto Caatinga

De acordo com Alcalá et al. (2006), um levantamento florístico fornece uma lista das espécies que podem ser utilizadas, por exemplo, em programas de recuperação da matas ciliares e áreas adjacentes, importantes na conservação dos recursos hídricos.

Segundo Pessoa et al. (2009), dados florísticos possuem evidente importância, pois por meio da identificação das espécies vegetais presentes em determinada formação vegetal, é possível verificar e conhecer a estrutura taxonômica e o estado de conservação de determinado domínio, auxiliando a compreensão das relações ecológicas estabelecidas entre a vegetação e os demais elementos da biota, bem como a comparação dela com outras áreas, floristicamente semelhantes ou não, entre si.

A fitossociologia é o ramo da Ecologia Vegetal mais amplamente utilizado para diagnóstico quali-quantitativo das formações vegetacionais (ALCOFORADO-FILHO, SAMPAIO e RODAL, 2003). Martins (1989) define fitossociologia como a ecologia que quantifica comunidades vegetacionais, envolvendo relações inter-especificas de espécies vegetais no espaço e no tempo, ou seja, trata-se de uma ciência quantitativa da composição florística, estrutura, funcionamento, dinâmica, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetacional, tendo como base fundamental a taxonomia vegetal, mantendo relações estreitas com a fitogeografia e as ciências florestais.

O estudo fitossociológico fornece informações sobre a estrutura da comunidade de uma determinada área e sobre possíveis afinidades entre espécies ou grupos de espécies, alem de ampliar informações sobre vegetação nativa lenhosa de diferentes estruturas, podendo avaliar de forma instantânea, varias estruturas da vegetação como: freqüência, densidade e dominância das espécies (SILVA et.al., 2002).

A coleta de dados em campo segue o seguinte protocolo:

  • Critério de inclusão: circunferência à altura do solo (CAS) ≥ a 10 cm e altura H ≥ 1m;
  • Coleta de CAS e altura total (H) de todos os indivíduos registrados nas parcelas;
  • Identificação botânica de todos os indivíduos;
  • Parcelas: 20m x 20m (400m²);
  • Construção de gráfico da área mínima para verificação da representatividade:
  • Levantamento florístico registrando as espécies ocorrentes dentro das parcelas e também em caminhadas aleatórias fora das parcelas:
  • Cálculo de parâmetros estruturais básicos: densidade absoluta (DA), densidade relativa (DR), dominância absoluta (DoA), dominância relativa (DoR), frequência absoluta (FA), frequência relativa (FR), área basal, Índice do Valor de Importância (IVI) e Índice do Valor de Cobertura (IVC) de acordo com Mueller-Dombois e Ellemberg (1974).
  • Estimativa da diversidade florística e equitabilidade (índice de Shannon-Wiener (H‘) e de Pielou respectivamente).

Referências

  1. ALCALÁ, M.; FRANCESCHI, N. C.  S.; STRANGHETTI, V. Florística de trechos de matas  ciliares  do  ribeirão Borá  e  ribeirão Cubatão, Potirendaba – SP. Rev. Inst. Flor., São Paulo, v. 18, n. único, p. 79, 2006.
  2. ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta bot. bras., v.17, n.2, p. 287-303. 2003.
  3. MARTINS, F.R. Fitossociologia de florestas no Brasil: um histórico bibliográfico. Pesquisa série Botânica, São Leopoldo, v.40, 1989.
  4. Mueller-Dombois D, Ellenberg H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons; 1974.
  5. PESSOA, L. M. et al. Flora lenhosa em um fragmento urbano de floresta atlântica em Pernambuco. Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v. 26, n. 3, 2009.
  6. SILVA, L. O. et al. Levantamento florístico e fitossociológico em duas áreas de cerrado no parque estadual da serra de Caldas Novas – GO. Acta bot. bras., v.16, n.1, p. 43-53, 2002.

 

28 de dezembro de 2018. Visualizações: 2900. Última modificação: 24/01/2019 14:51:55