O estudo de espécies nativas da Caatinga junto à fixação biológica de nitrogênio (FBN) promovida por bactérias conhecidas como rízobios é de grande relevância quando o reflorestamento está em pauta, principalmente devido à importância deste nutriente no desenvolvimento dos vegetais, estando presentes em moléculas de energia (ATP, NADH e NADPH), clorofila, proteínas e enzimas. Estas bactérias, quando associadas às plantas, principalmente da família Fabaceae, formam nódulos nas raízes e tem a capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico (N2), incapaz de ser diretamente absorvido pelas plantas e disponibilizá-lo em uma forma assimilável (NO3– e NH4+). Das espécies nativas da Caatinga, apenas as plantas da família Fabaceae, como Angico (Anadenanthera colubrina), Catanduva (Pityrocarpa moniliformis), Jurema Branca (Piptadenia stipulacea), Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) e Timbaúba (Enterolobium contortisiliquum), entre outras, são capazes de apresentar tal simbiose.
Classificação das espécies leguminosas nativas da Caatinga, estudadas no Projeto Caatinga, quanto a nodulação ou não, de acordo com a literatura:
ESPÉCIES NODULANTES |
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NOME COMUM | NOME CIENTÍFICO |
Angico1 | Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan |
Catanduva2 | Pityrocarpa moniliformis Benth.7* |
Jurema Branca1 | Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke. |
Jurema de Embira3 | Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth |
Jurema Preta1,2,6 | Mimosa tenuiflora Benth. |
Mulungu1,6 | Erythrina velutina Willd. |
Sabiá1,4,6 | Mimosa caesalpiniifolia Benth. |
Timbaúba5 | Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong |
ESPÉCIES NÃO NODULANTES |
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NOME COMUM | NOME CIENTÍFICO |
Catingueira6 | Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon & G.P. Lewis8* |
Cumarú1,6 | Amburana cearensis (Allemão) A. C. Sm. |
Jucá4,6 | Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P.Queiroz9* |
Mororó1 | Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. |
Literatura consultada: 1 SILVA, R. Nodulação de leguminosas da caatinga e características fenotípicas dos rizóbios nativos de solos do semi-árido nordestino. 2010. 59 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias Energéticas e Nucleares) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010. 2 DE FARIA, S.; DE LIMA, H. Additional studies of the nodulation status of legume species in Brazil. Plant and Soil, Holanda, v. 200, n. 2, 1998. p. 185-192. 3 SANTANI, A. C. et al. Genetic diversity of Burkholderia (Proteobacteria) species from the Caatinga and Atlantic rainforest biomes in Bahia, Brazil. Genetics and Molecular Research, Ribeirão Preto, v. 12, n. 1, 2013. p. 655-664. 4 COSTA, H. L. S. Desenvolvimento e nodulação de leguminosas arbóreas forrageiras em solos do semiárido potiguar. 2015. 49 f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2015. 5 GONÇALVES, F. G. et al. Emergência e qualidade de mudas de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (Fabaceae) em diferentes substratos. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 37, n. 6, p. 1125-1133. 2013. 6 LIMA, K. D. R. et al. Seleção de espécies arbóreas para vegetação de áreas degradadas por mineração de piçarra na Caatinga. Revista Caatinga, Mossoró-RN, v. 28, n. 1, p. 203-213. 2015. 7 JOBSON, R. W.; LUCKOW, M. Phylogenetic study of the genus Piptadenia (Mimosoideae: Leguminosae) using plastid trnL-F and trnK/matK sequence data. Systematic Botany, v. 32, n. 3, p. 569 – 575. 2007. *[atualização da nomenclatura] 8 GAGNON, E. et al. A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae). PhytoKeys, v. 71, p. 1-160. 2016. *[atualização da nomenclatura] 9 QUEIROZ, L. P. D. Leguminosas da caatinga. Feira de Santana, BA: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2009. 913 p. *[atualização da nomenclatura] |
Referência
- HUNGRIA, M. & ARAÚJO, R. S. Manual de métodos empregados em estudos de microbiologia agrícola. Brasília: EMBRAPA; 1994.